domingo, 3 de junho de 2007

A natureza magnética da Vela



Sei que não deve ter muita gente lendo esse Blog, mas de qualquer forma continuo registrando a evolução da recuperação da Fênix e os fatos que vão se formando no entorno desta atividade.

Ontem foi um dia memorável.
Sempre que se reúne um grupo entorno de uma idéia ou propósito têm-se aquelas dúvidas sobre o compromisso das pessoas em se dedicar efetivamente. Neste grupo não há motivos para este tipo de preocupação: estamos sempre todos lá e ainda atraímos alguns amigos.

A vela tem essa natureza magnética entre as pessoas.
Bom... ontem. Ontem foi a primeira montagem geral do barco. Tudo correu bem.

Como convidados tivemos um amigo do R. (Pedro) e o E.S. (amigo do Jucá). O P. veio ajudar a tomar o uísque (segundo ele mesmo) e o E.R. ficou de nosso fotografo.

Todos que chegam pela primeira vez ficam admirados com a linda vista que se tem do Lago Paranoá a partir do terreno do X. É uma sensação de paz ao olhar para este braço estreito do lago onde facilmente se pode imaginar um rio preguiçoso e lento, perdido em alguma fazenda do interior do Brasil.

H. trouxe cervejas e água (que salvaram o dia) e bateu várias fotos. Também aproveitamos para conferir todo o material de pintura e acabamento que H. comprou durante a semana para dar os últimos retoques nos carro de atraque. Está tudo pronto para isto também. O pessoal do Hobie Cat 14 (Pedrinho, Gustavo e Ian) também estava lá e nos ajudaram (eles ainda estão um pouco enrolados com a adriça do HC14).

Ficamos até escurecer, com bons progressos na montagem.

Iniciamos pela colocação dos novos estais (laterais e frontais) no propósito de içar o mastro em posição.

Logo de saída, descobrimos que os estais frontais - comprados pelo R. na Marina Wind Shop -foram montados com olhais menores que os especificados pela fábrica e portanto NÃO PASSAM pelas manilhas balão de 8 mm. Segundo o manual de partes do HC16, as manilhas de mastro dos estais frontais tem que ser manilha balão de 8 mm (número da parte é 1-99220210). Temos então que trocar as manilhas de 8mm por manilhas de 6mm.

Para içar o mastro ao seu lugar, geralmente se usa a técnica da inclinação apoiada na base do mastro mas como havia muitas pessoas no local, decidimos usar o método da força bruta que é simplesmente levantar o mastro e coloca-lo no cadinho de apoio.

O momento mais emocionante da tarde (já quase no fim da jornada) foi quando - com o mastro seguro pela equipe e em posição de equilíbrio precário - descobrimos que o mastro tão inclinado estava para trás que não ficaria estável. Razão? Achamos no momento que o estai frontal, também comprado na Marina Wind Shop, vieram na medida errada (muito longo? 5,8 mts).

Depois de muita pesquisa na internet encontrei uma referência confiável com TODAS as especificações e medidas de cabos e estais do Hobie Cat 16. Segue o link:


http://www.hcana.hobieclass.com/default.asp?id=2169

Depois de subir e descer o mastro algumas vezes para fazer medidas e trocar o "novo" estai frontal por uma combinação de cabos improvisada, conseguimos içar o mastro. Acho que pela primeira vez em muitos anos este mastro está em seu local. Até onde sei, os dois últimos donos, nos últimos 8 anos, nunca velejaram no barco.

R. trouxe seu sogro, o “Seu Deco” para ajudar. Já de casa, “Seu Deco” fez um excelente trabalho, selando as hastes dos lemes com madeira. Os lemes foram montados sem grandes problemas e alguns ajustes com um lima de ferro foram necessários para que um dos pinos do leme entrasse na sua guia. Precisamos desempenar uma das canas do leme que já estava torta de origem. A nova barra transversal do leme ficou bem, sendo que o pino a une à cana do leme era curto demais. R. improvisou um prego no local. Precisamos tirar este prego de lá e colocar o pino correto, o prego foi colocado apenas termos a sensação de que o barco estava montado.

Vamos preparar também algumas “arruelas grandes de plástico” para instalar entre o leme e a caixa do leme, de forma a reduzir a folga e o atrito do leme com a caixa. O material ideal para confeccionar em casa estas arruelas são as tampas internas de plástico branco que vem em latas de leite em pó.

Depois de experimentar as peças que temos disponíveis, parece que o estai frontal será montado no estilo original do ano do barco ou seja: usando o bloco retangular que une o estai frontal curto ao estai frontal longo. Este bloco (número 12 na figura) faz a conexão entre os dois estais frontais e contém uma polia por onde passa a adriça da buja (ver detalhes da montagem na figura abaixo).



Bom, se eu tivesse que fazer uma lista das coisas "grandes" que precisam ser feitas, eu diria que ainda falta:

1. montar decente e corretamente o sistema de trapézios;
2. instalar um novo cabo do trampolim;
3. resolver toda ferragem de içamento da buja;
4. resolver a ferragem e cabos de controle da buja;
5. instalar as tira de borracha antiderrapante nos traves de bombordo e estibordo;
6. desempenar a cana do leme;
7. ajustar lemes, estais, velas e talas;
8. confeccionar o adesivo com o nome do barco.

Agora é só marcar a próxima sessão de montagem. Acho que da próxima vez podemos fazer o primeiro teste de água.

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