sábado, 30 de junho de 2007

Dia 30 – Acertos, bonés e mastro


Hoje instalamos a nova adriça com cabo pré-tensionado (20 metros) que nos parece certa.

A redução de 30 cm no estai frontal foi o suficiente e pudemos erguer o mastro usando a técnica de apoio no cadinho do través frontal.

Só o fizemos por insistência do R, pois eu ainda não estava muito confiante de que devíamos tentar isso sem ter como passar um pino de aço para formar o ponto de giro do mastro sobre o cadinho.

Mas usando um cabo de aço no lugar do pino e grimpado com o alicate de pressão (foto) tudo foi bem. Erguemos o mastro com duas pessoas. Um cabo ligando o estai frontal aos brandais frontais durante o içamento e fazendo as vezes do brandal frontal ajudou.

Agora precisamos içar a vela mestra e ajustar todo o estaiamento pelos extensores laterais e frontais (tivemos que usar três extensores frontais).

Os bonés de jeans com o logotipo da FENIX bordados ficaram prontos, somente para os capitães. Muito elegantes, devem ser usados na inauguração do barco.


Ainda deu tempo de fazer ajustes nos trapézios e colocar o logotipo no lado direito do barco (foto).




Próximas tarefas:
- Fazer o teste de içamento de todo o velame
- Ajustar estaiamento com as velas içadas
- Resolver as cabeças de tala
- Resolver escota e ferragens da buja

- Colocar adesivos no casco esquerdo
- Novo tensionamento no cabeamento do trampolim
- Teste dos cascos na água
- Colocar tiras de borracha antiderrapante nos través laterais
- Confeccionar trapézios de proeiro

domingo, 24 de junho de 2007

Reparos do dia 24 de junho



Neste domingo, mais um dia de reparos.

Avanços: colocamos adesivos com o nome do barco (FENIX) nos dois lados do flutuador de mastro. Instalamos os trapézios do proeiro. R. fez o acabamento no encaixe da extensão do leme permitindo que ele rode corretamente. As mangueiras protetoras do extensores dos estais laterais foram colocadas. Aprendemos uma nova versão de um ditado nacional com o R. O dificil foi traduzir o ditado. Ainda continuamos procurando novos usos múltiplos para pregos dentro da prática moderna da vela esportiva. Um pouco mais de prática e algumas quedas de mastro e chegamos lá.

Mas o incrível foi que a nova adriça de aço não funcionou bem. O nicopress ficou com um diâmetro largo demais para correr livremente na roldana do topo do mastro e o cabo de aço está espesso e pouco flexível.

Faltou também um cabo adequado para a adriça. Concluímos que o correto será usar 20 metros de cabo 5 mm pré-tensionado. Apesar de tentarmos com um cabo improvisado não foi possível erguer a mestra até o final e engatar a adriça na unha do topo do mastro. A conclusão é que se o cabo da adriça é fino demais fica difícil de içar e se for grosso não corre na roldana. Outro ponto: se o cabo não é do tipo pré-tensionado tem-se uma situação na qual quando a vela está quase toda suspensa e portanto com todo seu peso tensionando a adriça, as puxadas, ao invés de içarem a vela, alongam e esticam o cabo.

Para se testar o estai frontal precisávamos que a vela fosse içada e para isso claro, tivemos e conseguimos erguer o mastro. Desta vez com apenas três pessoas e usando o método tradicional de apoiar o mastro no chão e depois levantá-lo na vertical.

Com a vela mestra içada fizemos medidas e apostamos que o estai frontal terá mesmo que ser cortado em 30 cm para se que se tenha a inclinação correta do mastro para trás.

Tarefas para casa:

1 - Reduzir o estai frontal em 30 cm;
2 - Refazer o cabo de aço da adriça;
3 - Comprar 20 metros de cabo 5 mm pré-tensionado para a adriça da mestra.

Quebramos a cabeça para entender como passar os cabos de controle da buja neste velho HC, mas ainda não temos solução já que todas as referências e fotos de montagem que encontramos não casam com as ferragens instaladas no bordo de proa.

Algumas decisões foram tomadas. H. - que vai para o exterior por cinco semanas - tentará encontrar as cabeças de talas e a borracha antiderrapante para os bordos. R. estará encarregado das camisetas e eu fico com os bonés.

O plano é tentar velejar primeiro até o Clube da Aeronáutica.

Deverá ser o primeiro teste da FENIX.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Cabo adriça e outros detalhes


Bem, nesta última semana tivemos alguns avanços. Esticamos o novo cabo do trampolim (vermelho) e rebitamos os trilhos frontais e a cabeça do mastro.

Depois de uma primeira confecção enganada, o pessoal da Brasilia Náutica acertou como confeccionar corretamente o cabo de aço da adriça. Os nicopress devem ser arredondados de forma a passar por dentro da cabeça do mastro pela roldana interna.

A primeira montagem (que não deu certo) foi feita com os nicopress achatados em forma retangular o que impedia que o cabo corresse corretamente (ver na foto a montagem final e correta).

O H. está cuidando dos acabamentos do carro de atraque que está sendo pintado e acarpetado.

No fim de semana enquanto todos ainda dormiam em casa, fiz a costura dos olhais para os cabos do trampolim, conforme a ilustração do vídeo de marinharia postado aqui neste blog. Depois de fazer dois cabos acho que posso confecionar esta arte sem ter que consultar o vídeo.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Lavando o trampolim


Retirei o trampolim e resolvi levar para casa para dar um boa limpada.

Como já havia dito em outras postagens, o barco estava abandonado por muitos anos. O trampolim que é uma das partes mais visíveis do barco e que muito influencia na aparencia geral tinha boas manchas encardidas apesar de estar em bom estado.

Como já ia trocar o cabo do trampolim resolvi que seria até melhor retirá-lo para uma boa lavada com vassoura piaçava, no estilo esfregão de convés. O que eu não contava mas que foi uma experiência e tanto foi a ajuda do Vinicius.

O logotipo da Fenix!!!


Esta semana ganhamos a adesão de um artista para o Grupo de Vela.

Convidei o Cacá Soares para nos brindar com sua arte e pensar em um logotipo para o nome de nossa Fênix. Mandei o endereço deste blog e falei com ele ao fone.

Não se foram mais que dois dias e recebemos essa linda idéia da foto, que pode ser executada em vinil e aplicada nos dois cascos, fazendo uma bela vista.

Vamos agora submeter esta arte para o resto da turma, mas tenho certeza que todos vão adorar.

Parece uma asa da Fênix, azul e voando.

E o que é uma vela senão uma asa?

domingo, 10 de junho de 2007

Marinharia em cabos


Este outro vídeo (é longo!) mostra a técnica de como se fazer um cabo trançado. Fazemos isto em alguns cabos de Hobie Cat. São cabos bem mais finos dos que o mostrado no vídeo mas a técnica é basicamente a mesma.
Ver na foto seguinte como a lição deste vídeo foi aplicado no cabo do trapézio. Ao ver o resultado meu pai disse que já estou apto a fazer arreios para cavalos. A técnica é a mesma.

A clássica "capotada" de frente

Este vídeo demonstra bem como se capota um Hobie Cat de frente, quando se "enterra" a banana de sotavento em uma onda. Veja o vídeo até o fim pois a capotagem só ocorre no fim. Devia estar muito muito frio!!!

sábado, 9 de junho de 2007

O cabo da adriça - pequenos macetes


Hoje fizemos algumas medidas para que fosse possível confeccionar o estai frontal e o cabo de aço da adriça.

Sem um outro barco perto para fazer comparações tudo é um desafio. Foi assim para diferenciar apenas pelos manuais da internet, entre o que se chama de “comp-tip halyard” (adriça de competição) e “non-comptip halyard” (adriça para cruzeiro).

Parece que a Fênix precisa de uma adriça de competição já que no topo do mastro temos uma ferragem em forma de unha que segura uma “luva” feita com dois nico-press, idêntica a que tenho no Hobie Cat 14.

As duas extremidades do cabo de aço da adriça de competição são diferentes. Em uma das pontas é colocada uma sapatilha, acompanhada de seu respectivo nico press. Esta é a extremidade que vai se conectar com o topo da vela mestra, através de uma anilha.

Na outra ponta não se deve colocar sapatilha, mas apenas fazer o "olho" do cabo e fechá-lo com um nico press (se houvesse uma sapatilha nesta extremidade, ela impediria que o cabo de aço entrasse e corresse por dentro da roldana do topo do mastro).

O mais particular deste cabo: devem ser colocados dois nico press (um na seqüência do outro) mais ou menos a cerca de 32 cm da extremidade da sapatilha. Estes dois nicopress formam uma “manga” saliente no cabo. Esta manga (ou luva) se prende na ferragem tipo unha (que fica rebitada no mastro) e impede que a adriça corra livremente quando o barco está armado e a vela tensionada. A unha "segura" (prende a manga e portanto a adriça) e recebe a tensão colocada na testa da vela quando a vela mestra esta içada.

Como cada Hobie Cat é montado com a unha em uma altura diferente do mastro (pode variar um pouco para cima ou para baixo) a altura do cabo onde se prensa os nico press da manga/luva é crucial.

Assim, ao invés de se arriscar se cortar o cabo de aço e prensar os nicopress na medida ou local errado, o melhor é descer o mastro e medir o tamanho certo para cada barco e só depois confeccionar o cabo da adriça.

Nesse dia fizemos também a medida certa do estai frontal (aparentemente deve ter 5,8 mts). Retiramos o trampolim para limpeza e troca do cabo (16 metros). O R. levou um excelente parafuso com porca para a cana de leme para substituir o tal do prego (não conseguimos achar um pino com cupilha longo o suficiente). Mas a extensão da cana do leme (que foi comprada nova) terá ainda que ter sua ponta prensada de forma a adquirir uma capacidade de rotabilidade total na direção da popa do barco (esta rotabilidade é necessária durante a manobra de cambagem).

O Jucá lavou todos os cabos na máquina de lavar a roupa e o H. pegou as rodas do carro de atraque, compradas pelo R. Novamente tivemos a presença do Seu Deco que nos ajudou a selar as pontas dos cabos do trapézio, provisoriamente instalado para que depois arrumemos os detalhes.

Na intenção de tirar as medidas para o estai frontal e para o cabo de aço da adriça, tivemos que descer o mastro mas decidimos usar um outro metodo de descida (diferente do metodo força bruta usado na vez anterior)...parece que não deu certo...o mastro caiu no chão! Felizmente não tivemos um acidente.

Na queda, a cabeça do mastro se soltou e teremos que rebitá-la novamente no local. Vamos aproveitar para lubrificar a roldana interna e limpar a cabeça do mastro (que estavam cheias de lama e terra!).

domingo, 3 de junho de 2007

A natureza magnética da Vela



Sei que não deve ter muita gente lendo esse Blog, mas de qualquer forma continuo registrando a evolução da recuperação da Fênix e os fatos que vão se formando no entorno desta atividade.

Ontem foi um dia memorável.
Sempre que se reúne um grupo entorno de uma idéia ou propósito têm-se aquelas dúvidas sobre o compromisso das pessoas em se dedicar efetivamente. Neste grupo não há motivos para este tipo de preocupação: estamos sempre todos lá e ainda atraímos alguns amigos.

A vela tem essa natureza magnética entre as pessoas.
Bom... ontem. Ontem foi a primeira montagem geral do barco. Tudo correu bem.

Como convidados tivemos um amigo do R. (Pedro) e o E.S. (amigo do Jucá). O P. veio ajudar a tomar o uísque (segundo ele mesmo) e o E.R. ficou de nosso fotografo.

Todos que chegam pela primeira vez ficam admirados com a linda vista que se tem do Lago Paranoá a partir do terreno do X. É uma sensação de paz ao olhar para este braço estreito do lago onde facilmente se pode imaginar um rio preguiçoso e lento, perdido em alguma fazenda do interior do Brasil.

H. trouxe cervejas e água (que salvaram o dia) e bateu várias fotos. Também aproveitamos para conferir todo o material de pintura e acabamento que H. comprou durante a semana para dar os últimos retoques nos carro de atraque. Está tudo pronto para isto também. O pessoal do Hobie Cat 14 (Pedrinho, Gustavo e Ian) também estava lá e nos ajudaram (eles ainda estão um pouco enrolados com a adriça do HC14).

Ficamos até escurecer, com bons progressos na montagem.

Iniciamos pela colocação dos novos estais (laterais e frontais) no propósito de içar o mastro em posição.

Logo de saída, descobrimos que os estais frontais - comprados pelo R. na Marina Wind Shop -foram montados com olhais menores que os especificados pela fábrica e portanto NÃO PASSAM pelas manilhas balão de 8 mm. Segundo o manual de partes do HC16, as manilhas de mastro dos estais frontais tem que ser manilha balão de 8 mm (número da parte é 1-99220210). Temos então que trocar as manilhas de 8mm por manilhas de 6mm.

Para içar o mastro ao seu lugar, geralmente se usa a técnica da inclinação apoiada na base do mastro mas como havia muitas pessoas no local, decidimos usar o método da força bruta que é simplesmente levantar o mastro e coloca-lo no cadinho de apoio.

O momento mais emocionante da tarde (já quase no fim da jornada) foi quando - com o mastro seguro pela equipe e em posição de equilíbrio precário - descobrimos que o mastro tão inclinado estava para trás que não ficaria estável. Razão? Achamos no momento que o estai frontal, também comprado na Marina Wind Shop, vieram na medida errada (muito longo? 5,8 mts).

Depois de muita pesquisa na internet encontrei uma referência confiável com TODAS as especificações e medidas de cabos e estais do Hobie Cat 16. Segue o link:


http://www.hcana.hobieclass.com/default.asp?id=2169

Depois de subir e descer o mastro algumas vezes para fazer medidas e trocar o "novo" estai frontal por uma combinação de cabos improvisada, conseguimos içar o mastro. Acho que pela primeira vez em muitos anos este mastro está em seu local. Até onde sei, os dois últimos donos, nos últimos 8 anos, nunca velejaram no barco.

R. trouxe seu sogro, o “Seu Deco” para ajudar. Já de casa, “Seu Deco” fez um excelente trabalho, selando as hastes dos lemes com madeira. Os lemes foram montados sem grandes problemas e alguns ajustes com um lima de ferro foram necessários para que um dos pinos do leme entrasse na sua guia. Precisamos desempenar uma das canas do leme que já estava torta de origem. A nova barra transversal do leme ficou bem, sendo que o pino a une à cana do leme era curto demais. R. improvisou um prego no local. Precisamos tirar este prego de lá e colocar o pino correto, o prego foi colocado apenas termos a sensação de que o barco estava montado.

Vamos preparar também algumas “arruelas grandes de plástico” para instalar entre o leme e a caixa do leme, de forma a reduzir a folga e o atrito do leme com a caixa. O material ideal para confeccionar em casa estas arruelas são as tampas internas de plástico branco que vem em latas de leite em pó.

Depois de experimentar as peças que temos disponíveis, parece que o estai frontal será montado no estilo original do ano do barco ou seja: usando o bloco retangular que une o estai frontal curto ao estai frontal longo. Este bloco (número 12 na figura) faz a conexão entre os dois estais frontais e contém uma polia por onde passa a adriça da buja (ver detalhes da montagem na figura abaixo).



Bom, se eu tivesse que fazer uma lista das coisas "grandes" que precisam ser feitas, eu diria que ainda falta:

1. montar decente e corretamente o sistema de trapézios;
2. instalar um novo cabo do trampolim;
3. resolver toda ferragem de içamento da buja;
4. resolver a ferragem e cabos de controle da buja;
5. instalar as tira de borracha antiderrapante nos traves de bombordo e estibordo;
6. desempenar a cana do leme;
7. ajustar lemes, estais, velas e talas;
8. confeccionar o adesivo com o nome do barco.

Agora é só marcar a próxima sessão de montagem. Acho que da próxima vez podemos fazer o primeiro teste de água.